quinta-feira, 30 de abril de 2009

Que Tio Patinhas, que nada


Soube ainda agorinha que uma mulher que não conheço nunca foi, como eu também nunca fui, para a Disney. Não sei quantos anos ela tem hoje, mas pelo que consegui entender, ela não foi para a Disney aos 10 anos de idade, quando sua melhor amiga de então teve essa oportunidade. Eu não fui a vida inteira, como ela. E também, como ela, isso não me fez nenhuma falta. Eu também me contentava – e demais – com meus gibis da Turma da Mônica e com alguma coisa, qualquer coisa que eu pudesse fazer de bola e me imaginar um craque de futebol. Valia tudo: tampinhas, meia enrolada, papel amassado, pedra, até bola valia. Da Disney eu nunca tive nada nem esperei nada, simplesmente porque nunca me senti atraído por aquele universo tão distante.

Distante não apenas pelo aspecto geográfico, distante por tudo, sabe? Desde o traço dos desenhos aos roteiros das histórias, dos cenários aos personagens, da linguagem às tramas inverossímeis, tudo me parecia não ter nada que ver comigo, com meu mundo. Pensando nisso hoje, acredito que grande parte da minha rejeição vinha do fato de que a Disney sempre quis humanizar demais seus personagens. Os patos pareciam gente, os ratos e os cães pareciam gente, era tirado deles praticamente todo traço, todo vínculo que eles pudessem ter com o bicho que eles eram, e isso os tornava seres indefinidos, estranhos, esquisitos aos meus olhos de menino. Claro, é bom que eu diga aqui que, na minha infância, a Disney não era nem sombra do negócio que se tornou tempos depois, especialmente em termos turísticos. Mas já havia crianças que iam para lá e voltavam encantadas, exibindo aquelas tiaras de orelhas do Mickey, entre outros souvenirs de gosto duvidoso.

Acho que a única coisa da Disney que fiz questão de conhecer foi a refilmagem digitalizada do filme “Fantasia”, reconhecido, com toda justiça, como um clássico da animação. No mais, nada. Desenho animado, para mim, sempre foram aqueles do estúdio Hanna-Barbera (que só bem depois eu vim descobrir serem duas pessoas, dois criadores, e não o nome de uma só pessoa, no caso, uma mulher, com eu imaginava que fosse). Não sei se todos são criação dos geniais William Hanna e Joseph Barbera, mas eu curtia demais Manda-Chuva, Zé Colméia, Pepe Legal, Leão da Montanha, Os Herculóides, Os Flintstones, Lippi e Hardy, Wally Gator, Os Impossíveis e tantos outros que não havia espaço para mais nada. Corrigindo, havia, havia espaço e muito para os gibis do Mauricio de Souza. Sempre gostei demais do Rolo, do Cebolinha, do Louco, do Chico Bento, daquela turma toda tão brasileira como eu e meu quintal. Claro, não posso deixar de citar a personagem principal, a Mônica.

Vem cá, você conheceu o Tio Patinhas pessoalmente? Não, não falo de um cara fantasiado de Tio Patinhas. E o Donald, em pessoa ou em pato, esteve com ele alguma vez? Clarabela, Pateta, Mickey, você conversou com algum deles de verdade? Pois eu conheci a Mônica. Sim, a Mônica da Turma da Mônica. Conheci, dancei com ela e rimos muito depois que uma amiga me revelou que aquela figura com quem eu me divertia naquela festa da Editora Abril em São Paulo era ninguém menos que a Mônica. A Mônica dos meus gibis ali, na minha frente, em carne e osso. Coisas assim, a Disney nunca poderia me oferecer.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Eu sou um homem

Megan Fox em foto sem crédito

Sim, essa moça aí em cima, eleita em uma enquete on line a atriz mais sexy de 2008, saiu-se com essa pérola dias atrás: "Eu sou uma transexual. Eu sou um homem. Eu sou tão insegura." Ah, tá. Como disse um amigo meu - E que homão, hein! Depois dessa, melhor encerrar a quarta-feira.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Calma

Imagem sem crédito

É um chavão daqueles, mas dos mais verdadeiros: a Natureza é sábia. No Outono, com a diminuição das chuvas e as periódicas estiagens, os recursos que nutrem plantas e árvores se tornam escassos: água, húmus, insetos polinizadores, etc. O que faz nossa mestra maior? (se vc nunca percebeu o quanto a Natureza pode ensinar sobre a vida, apresse-se) Ela reduz na flora a necessidade pelo alimento, fazendo cair folhas e galhos. Ao mesmo tempo em que as árvores demandarão menos seiva, essas folhas no chão criam uma forragem que ajuda a conservar a umidade da terra e a sobreviver um tão numeroso quanto frágil ecossistema microbiológico. É quando as árvores assumem um aspecto lúgubre, espectral, que embora lembre a morte, na verdade é exatamente o contrário. Aí, chega o Inverno. Ele vem na sequência (enquanto você treme e se recolhe) só para dizer - Calma... só mais um pouquinho e você estará pronto para renascer ainda mais belo e intenso do que antes.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

50 anos e uma música

Roberto Carlos em foto sem crédito

No último 19 de abril, ele completou 68 anos de idade. Ele, o cantor e compositor Roberto Carlos, que ostenta até hoje o título de Rei. Rei do disco - vendeu zilhões ao longo da carreira - rei da música romântica, rei de popularidade. Goste-se ou não do Roberto, não dá pra ignorar a presença dele na nossa cultura popular, desde seu surgimento para o público, na época da Jovem Guarda, até a fase mais prolífica das décadas de 1970/1980, quando a cada final de ano ele lançava ao menos meia dúzia de clássicos românticos.

Neste 2009, o Rei comemora 50 anos de carreira. Um show comemorativo já aconteceu no próprio dia 19 de abril, em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, sua cidade natal. Não sei exatamente o que se deu por lá, mas não duvido que tenha sido um coquetel de sucessos e emoções, no palco e na platéia.

O mais próximo que estive do Roberto, se se pode dizer assim, foi quando conheci sua filha, a Luciana, que era amiga da divertida Ana Lúcia, com quem trabalhei em São Paulo. Foram apenas dois contatos, e guardo dela a imagem de uma mulher de beleza surpreendente e sorriso luminoso. Assim como aconteceu em várias famílias das classes populares do país, que se formavam na época em que o artista era praticamente uma unanimidade nacional, na minha também existe uma homenagem ao Rei. Minha irmã mais nova nasceu em um 19 de abril, por isso recebeu o nome de Luciana.

Os discos do Roberto, na forma de LP, estavam entre os mais ouvidos na vitrola de casa, que tinha quase o tamanho desses freezers verticais, uma peça linda, toda de madeira, da extinta marca Telefunken. Minha mãe era fã de todo o pessoal que vinha da Jovem Guarda, então era natural que ouvíssemos muita coisa do Rei. Ainda hoje sei cantar quase todas as músicas que ele gravou em sua fase mais criativa, e isso é algo que não me furto a confessar.

Confesso mais que isso. Confesso que tenho uma música que ficaria linda na voz dele, uma que compus aos 17 ou 18 anos de idade, por aí. Tenho certeza que ela caberia perfeita na voz e na interpretação do Roberto, mas quando conheci a filha dele eu estava tão afastado das coisas da composição, do sonho da música, que deixei passar a oportunidade de pedir que ela mostrasse o material pro pai famoso. Quem sabe um dia isso acontece do jeito que tem que ser, não é?

Repaginado est


Ok, se estou disposto a retomar isso aqui, e na verdade estou, então que seja pra valer. Depois de praticamente 4 meses de ausência, parece até que se torna imprescindível dar uma nova cara a este espaço. Mesmo porque, o escopo inicial que me fez criar isso aqui já foi pra cucuia há muito tempo. Então, aqui está uma nova cara. Fui do bege pro negro. Com isso, acho que ganho, no mínimo, na coisa do contraste, tanto para o texto quanto para as imagens, especialmente no caso das imagens em cores. O preto também traz uma certa carga de vibração às avessas. Costumamos associar energia e vibração a cores quentes, como o vermelho, por exemplo. Por sua vez, o preto é tido como a cor do isolamenteo, da distância. Pela cromoterapia, isso é correto. Mas o tipo de vibração que o preto traz pela possibilidade de contraste, de realçar tudo o mais, não pode ser desconsiderado. Menos ainda sua elegância e sofisticação.

Agora, vamos ao que importa: aos posts. Agradeço particularmente aos amigos blogueiros pelas boas-vindas. E se preparem, porque não vou poupá-los das minhas tradicionais visitas furtivas ;-)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Tô voltando?

O poeta cubano José Martí (1853 - 1895)

“Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto, eu tô voltando...”, diz o samba quase tão antigo quanto eu, da dupla Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro. Acho até que já usei essa letra aqui. Nela, o nosso amigo está avisando a mulher que vai voltar pro Brasil, depois de um período de exílio político. A ditadura militar dava seus últimos suspiros e a abertura já produzia seus efeitos benéficos, entre os quais o mais importante era esse mesmo, trazer de volta gente de grande valor.

Não sei se tô voltando mesmo, mas tive vontade de vir aqui depois que passei pelo estreante blog da Luciana, figuraça que conheci em Campinas. É um blog literalmente delicioso, esse Tomates Frescos, pois trata, ao que tudo indica, das coisas dos pratos e dos copos, pois a Lu, jornalista de profissão, sabiamente garrou fazer um curso de gastronomia, de chef de cozinha, dessas coisas que valem a pena.

De lá pulei pro blog do Bruno Ribeiro, também campineiro e também jornalista, de onde pincei uma definição que, segundo o Bruno, está no Dicionário do Pensamento Martiano, uma compilação das ideias do poeta cubano José Martí. É uma frase simples e linda, como costuma ser a maior parte das coisas simples:

Amor – Amar nada mais é do que um modo de crescer.

Que o amor nos aumente.