domingo, 31 de agosto de 2008

Eles

A portoalegrense Viviane e o soteropolitano Weliton compondo uma mesa formada - como dizem os baianos - por uma mistura cultural da porra.

Almoço ao som de viola

Foto sem crédito

Já falei um pouco aqui sobre os distritos de Campinas. Falei que são lugares charmosos e pitorescos, com paisagem, clima, aroma e ritmo do interior, de um interior que quase não existe mais. Citei os restaurantes e bares de Souzas, Joaquim Egídio e Barão Geraldo, lugares onde a gente pode ver o tempo passar enquanto come bem, bebe bem e respira melhor ainda. Isso tudo se tornou ainda mais verdadeiro depois que fui com um grupo de amigos almoçar no restaurante Via Roça, na região do distrito de Barão Geraldo. Foi um achado neste domingo de sol, céu azul e ar fresco, um clima típico de inverno. Leva-se meia hora de carro, a partir do centro de Campinas. Um bocado de asfalto, um pouco de estrada de chão e chegamos lá, um cenário muito rústico e acolhedor, que remete a coisas boas. Logo que descemos do carro fomos recebidos pelo Noel, um vira-latas marrom que encosta em todo mundo que chega, pedindo agrado. É passar a mão pro bicho deitar manhoso, de patas pro ar. No salão externo de chão de tijolos coloniais, descobrimos um ambiente que convida a ir ficando. A música é de viola, o cheiro é de fogão a lenha e a cachaça de boas-vindas é perfumada. À mesa, chega uma comida muito saborosa, simples, bem feita e bem servida. A casa de madeira anexa à cozinha vale uma espiada, pois abriga objetos de fazenda e fotos que revelam que por ali já se apresentaram artistas como Renato Teixeira, Elomar, Almir Sater, Antonio Nóbrega, Xangai, Pena Branca e Xavantinho. Só gente boa, só coisas boas.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Sol em Sampa hoje

Foto de Rafael Fazano, publicada no Blue Bus
Conhecido como "halo", este fenômeno, uma espécie de disco em torno do sol, é formado pela refração da luz solar nos cristais de gelo presentes na nuvem cirrostratus. Este tipo de nuvem, muito alta na atmosfera, é constituída totalmente de cristais de gelo e normalmente é observada antes da chegada de frentes frias - Fonte: Uol

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Enquanto isso, no blog do Thiago

Foto sem crédito

Outro dia comprei um pacote de pães de queijo congelados e fiquei pensando sobre uma frase que já vejo há tempos estampada na embalagem de diversos produtos alimentícios: "Embalado sem contato manual". Notem que esta frase nos protege apenas contra o contato manual de humanos, mas não impede que chimpanzés, calopsitas, papagaios, lêmures, suricatos, cachorros, hienas, ursos, ETs, porcos ou pandas adestrados tenham embalado o produto.

Para termos realmente certeza de que o produto alimentício é imaculado e não foi manipulado de forma alguma, sugiro aos fabricantes que utilizem o seguinte texto em suas embalagens:"Produto embalado sem contato manual humano de qualquer filo, forma, credo, raça, classe social, orientação sexual ou política; bem como sem contato de qualquer forma de vida dos reinos animal, vegetal ou mineral, sejam eles organismos pluri ou unicelulares. Para os que acreditam, este produto também não sofreu contato de nenhuma espécie que habite nossa ou qualquer galáxia do espaço sideral, seja ele um Wookie, um Sith ou um Kriptoniano."Produto X, o verdadeiro elo entre você e Deus."

Postado no blog do Thiago Pellegrin

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Muito antes das medalhas

Foto sem crédito

Para quem acha que nossas mulheres atletas foram heróicas nos jogos de Pequim (e foram mesmo), veja só esta personagem:

Bárbara de Alencar nasceu em 1765, no sertão de Pernambuco. Viveu a maior parte da sua vida no Crato, Ceará, teve um filho senador da República e foi avó do escritor José de Alencar (o autor do romance que originou a ópera "O Guarani", do campineiro Carlos Gomes). A memória de Bárbara Alencar vem sendo aos poucos resgatada por alguns de seus decendentes. Uma das primeiras mulheres a se envolver em política, Bárbara foi presa em Fortaleza, em 1817, por participar de movimentos em prol da Independência do Brasil e por tentar livrar da prisão um irmão e três filhos, dos quais dois morreram fuzilados. Foi encarcerada no Recife e em Salvador. Sofreu toda sorte de humilhações na prisão, sendo solta em 1821, por ocasião da Anistia Geral. Aliás, uma das prisões em que ela foi colocada, cuja entrada pode ser vista na foto acima, era pavorosa. Bárbara Alencar é considerada a primeira prisioneira política do Brasil, e também a primeira grande heroína da nossa história. Morreu em 1832, no Sítio Touro, estado do Piauí. Pediu um enterro simples, enrolada em uma rede de dormir, como eram enterrados os escravos.

domingo, 24 de agosto de 2008

24 de agosto de 1944

Foto de Américo Vermelho

um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante

carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa, um milhão de dólares
ou coisa que os valha

ópios, éteres, analgésicos
não me toquem nessa dor

ela é tudo que me sobra
sofrer vai ser a minha última obra

(Dor Elegante, Paulo Leminski)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ele

Nosso cartunista e blogueiro, em foto de Vera Solda

Solda, pronto para assoprar as velinhas, as velhinhas, o bolo, os copos, as batatas do beto, o beto das batatas (esse é fácil assoprar) e todos que estiverem num raio de 1 km. Vai ser logo mais na famosa casa avarandada do Alto da XV. Vou não ir, mas nenhuma dúvida de que vai ser uma comemoração de abalar as estruturas da noite cruelritibana. Parabéns, maifrendi!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Vegetal

Foto de Zeca Linhares

quase entrando pela janela
a amendoeira
atira uma folha seca sobre o chão
e espanta um pedaço da noite
que ainda adormecia pela casa

(Adelaide Amorim)

Chove no blog da Liz

Foto de Liz Kasper

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sorry, Phelps

Michael Phelps (ou será o Carlito Tevez?). Foto sem crédito

Eu nem teria como deixar de reconhecer que você é fera, é o senhor das piscinas, pulverizador de recordes, monstro das águas, etc. e tals. Porém, sinto lhe dizer que você não sairia de uma olimpíada com tantas medalhas de ouro se disputasse outra modalidade esportiva. Entre todos os esportes olímpicos, a natação é, disparado, o que oferece a maior quantidade de provas para o atleta disputar. O que estou dizendo é que, em outros esportes, existem nomes que são tão imbatíveis quanto você é na natação. Porém, esses caras só podem disputar uma ou, quando muito, duas ou três medalhas. Percebeu onde mora o busilis da questão? E vamos combinar uma coisa: quando o sujeito é muito bom no que faz, é mais ou menos previsível que ele também vai se dar muito bem nas "variações" disso. Veja bem, eu disse "mais ou menos previsível", porque sei que não é obigatoriamente assim. Mas é praticamente isso, maifrendi Phelps. No mais, falta eu te dizer outra coisa: vai ser parecido com o Tevez assim lá na China! Deusolivre!!

Bennet e as eleições

Publicado no blog do Bennet

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Homenagem a nuestros hermanos


Sim, você já ouviu isso antes... ou algo muito parecido com isso: http://br.youtube.com/watch?v=dvG7XFz2opE&eurl=http://www.argentinasetc.com/

Do blog "Argentinas, etc."

Enquanto isso, em Pequim

Paula Pequeno. Foto sem crédito

Argentina 3 x 0 Brasil? Tudo bem, eu gosto mesmo é de volei ;-)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ele

No Teatro Paiol, Curitiba. Foto sem crédito

Raymundo Rolim, cantor, compositor, poeta e escritor. “A música é uma chance que os passarinhos me dão para poder apreciá-los melhor, por dentro de suas penas”.

sábado, 16 de agosto de 2008

Sereia do mar levou

Dorival Caymmi. Foto sem crédito

É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

Saveiro partiu de noite, foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou

É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar

(Dorival Caymmi)

Enquanto isso, em Pequim

Cesar Cielo Filho, em foto sem crédito

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Enquanto isso, em Curitiba

Foto de Luiz Costa, publicada no Blog do Zé Beto

Essa gente bronzeada

Daiane dos Santos, em foto sem crédito. Fora de foco, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

Ok, a olimpíada está apenas pela metade. Mas o fato é que, até agora, temos apenas 4 medalhas, e todas de bronze, o que nos coloca, no exato momento em que posto isso, na quadragésima terceira posição na tabela dos jogos. Olha o tamanho desse país. Olha quanta gente vive aqui. A mistura das raças, o talento natural que nosso povo tem para se expressar através do corpo. E até agora, 4 medalhas de bronze. Sei que ainda virão outras, alguma(s) de prata, provavelmente alguma(s) de ouro. Mas é muito pouco para um país como o nosso. Ou muito, para um país que primeiro espera o cara se matar para se destacar em alguma coisa, e só então, quem sabe, oferece algum apoio. E enquanto lambemos os beiços com nossos bronzes, o onipresente Carlos Arthur Nuzman continua contando seus cobres.

Chatomercial

Esse da Mantecorp, onde um sujeito fica falando os nomes de "ingredientes" que vão nas fórmulas de remédios que o anunciante produz. Aqueles 30 segundos me parecem uma eternidade.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

?

que tal
irmos
juntos
até
o fim
de
mim
?

O Guarani - um achado


Já que dei a ficha do Carlos Gomes, aqui está o link para dois trechinhos da obra máxima do compositor, a ópera "O Guarani", interpretados pelo pai do Taiguara (lembra do Taiguara?), o maestro Ubirajara Silva. Vale a pena ver e ouvir essa pequena preciosidade:
http://pt.netlog.com/go/explore/videos/videoid=526260

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Trágica feito ópera

Túmulo de Carlos Gomes, Campinas. Foto de Leandro Moreira

Como prometido, retomo a pequena biografia do ilustre campineiro Carlos Gomes. Estávamos em 1871, ano em que o maestro apresentou no Scalla de Milão sua principal obra, a ópera "O Guarani". Neste mesmo ano, casou-se com a pianista italiana Adelina Peri. Saudado pelo público e crítica, inicia uma temporada pelos principais teatros da Europa. Entretanto, o círculo virtuoso de Carlos Gomes começa a entrar em declínio. Na cidade italiana de Lecco ele constrói uma mansão, a Villa Brasília, que marca o início de um processo irreversível de endividamento. Por esta época, sente um duro golpe: aos cinco anos de idade, morre Mário, talvez o mais próximo dos cinco filhos que teve com Adelina. À morte de Mário, soma-se a perda de outros dois filhos, todos muito jovens. Como se não bastasse, uma sucessão de partituras inacabadas e de críticas negativas a novas composições faz com sua carreira decline rapidamente. Nem a consagrada "O Guarani" lhe rende mais dinheiro, já que se viu obrigado a vender os direitos da mesma para um editor. Separa-se de sua mulher e entra em forte depressão, aliviada somente a custa de ópio. Eis que em 1889 é proclamada a república no Brasil, e aquele que era tido como “protegido de imperador” se vê renegado pela nova ordem. Viaja para os Estados Unidos, mas a subvenção do governo é pouca para a estrutura que suas obras exigem, então se apresenta para públicos minúsculos, e gratuitamente. Retorna à Europa e recebe, em Lisboa, aquela que seria a derradeira homenagem, a Comenda de San Tiago. Com graves problemas financeiros e já muito doente, com câncer na garganta, volta ao Brasil para assumir a direção do Conservatório de Música de Belém do Pará. Ocupa o posto por apenas cinco meses. Em 16 de setembro de 1896, aos 60 anos de idade, Antonio Carlos Gomes silencia.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Não perca

Fotos de divulgação

Doze horas, doze grupos e um objetivo comum: aprofundar a discussão sobre o fazer teatral em Curitiba, tendo como ponto de referência o trabalho de pesquisa continuada. Reunidos há quase dois anos, discutindo sobre mecanismos de criação e produção na contramão do mercado, os integrantes deste movimento promovem uma ação artística inédita na cidade, o 1º Movimento de Teatro de Grupo de Curitiba.

Dia 9 de agosto, das 10h às 22h. Local: ACT – Ateliê de Criação Teatral (Rua Paulo Graeser Sobrinho, 305). Entrada: R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia entrada).

Para mais informações ligue (41) 3338-0450, ou acesse http://movimentodeteatrodegrupo.blogspot.com/

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Eles perderam seu anjo da guarda


Ane, uma mulher que abrigava e cuidava de exatos 137 gatos em sua chácara, nos arredores de Curitiba, morreu na semana passada. Sofria de câncer. A família agora quer vender a chácara e exige que os bichanos sejam tirados de lá. Resumindo, eles ficaram órfãos e sem lar, já que os poucos abrigos da cidade que acolhem bichos abandonados ou vítimas de maus tratos estão todos lotados. A solução emergencial é encontrar pessoas que queiram adotar gatos, ou mesmo que se disponham a abrigar temporariamente parte deles. Doação de ração e de vermífugo também será muito bem-vinda. A maioria dos gatos está devidamente castrada, todos são carinhosos e muitos são belíssimos. Se você quer e pode ajudar, entre em contato com a Maeve: (41) 9686-0407.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Enfim, choveu

Foto de Ricardo Silva, no Blog do Zé Beto

sábado, 2 de agosto de 2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Francamente, Seu Jorge!


O Pão de Açucar (o supermercado, não aquele da paisagem do Rio de Janeiro) lançou uma promoção que funciona basicamente assim: o cara vai lá no super, faz uma compra acima de 60 contos e ganha um cupom. Se no final da história o cupom for sorteado, ele ganha um jantar em sua própria casa para até 12 convidados, preparado pelo Olivier Anquier, em pessoa e panelas, e com direito a pocket show do Seu Jorge, em pessoa e violão. Bacana, né? Bacana uma pinóia! Sou de uma época em que os ídolos da nossa música embalavam os sonhos e os ideais da juventude, fosse por sua poesia, sua postura, posicionamento político ou tudo isso junto. Sei que os tempos são outros, mas é triste constatar que, hoje, nossos melhores artistas se prestam a tocar um violãozinho no sofá da sala de alguém que comprou 2 quilos de alcatra e 1 pacote de macarrão de grano duro. Como diz o Solda: bah!

A cidade e seus distritos

Antigo armazém da Cia. Ramal Férreo Campineiro, em Joaquim Egidio, hoje um restaurante. Foto de Carlos Francisco Paula Neto

Americana, Sumaré, Valinhos e Paulínia, todas cidades próximas à capital do Estado de São Paulo, já foram distritos de Campinas. Ao longo do século 20, estas localidades conquistaram sua autonomia e se tornaram municípios. Porém, ainda hoje, Campinas possui distritos. São quatro ao todo: Barão Geraldo, Nova Aparecida, Sousas e Joaquim Egidio. Alguns já estão praticamente colados à malha urbana da cidade, embora cada qual tenha sua identidade própria. Pode-se afirmar que grande parte do charme de Campinas está justamente nos seus distritos, especialmente em Barão Geraldo, Sousas e Joaquim Egídio. São localidades com muito boa qualidade de vida, ótimas opções de lazer e gastronomia, algumas fazendas centenárias, paisagens rurais e pitorescas. Vale a visita para um delicioso almoço ao pé de um fogão a lenha, vale a visita para curtir a noite e o talento dos músicos campineiros que se apresentam pelos bares e cafés desses antigos arraiais. Voltarei a falar sobre isso em outro momento, sem pressa. Até porque a pressa é inimiga dos distritos de Campinas.