quarta-feira, 30 de julho de 2008

Enquanto isso, no blog do Solda


amor de mãe
a mordomia
amor de criança
a mordida
amor de criatura
a mordaça
amor de extenuado
a morbidez
amor de fruta
amoreira
amor de máquina
amortecedor
amor de freguês
a mortadela
amor de dívida
a moratória
amor de verão
a moringa
amor de estruturalista
a morfologia
amor de bóia-fria
amornado
amor de mulata
amorenado
amor de sedativo
a morfina
amor de suíno
a morcela
amor de humorista
a mordacidade
amor de violácea
amor-perfeito
amor tecido, Solda

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ela

Foto sem crédito

Laine Carvalho, cantora e violonista de Santa Fé do Sul, interiorzão de São Paulo. Mora há 20 anos em Campinas, onde pode ser vista e ouvida em bons bares e ótimas noites. Seu CD "Eu no meu canto", recém saído do forno, merece ser degustado.

domingo, 27 de julho de 2008

Em Brasília, 19 horas


A maioria dos brasileiros sabe de cor os acordes que se seguem à frase-título deste post. Eles anunciam o início de mais uma transmissão de "A Voz do Brasil" no rádio. Os acordes são da abertura da ópera “O Guarany”, obra mais famosa do compositor brasileiro que mais sucesso alcançou no mundo da ópera. Nascido no dia 11 de julho de 1836, na Vila Real de São Carlos, hoje Campinas, Antonio Carlos Gomes era filho de um mestre de banda musical. Com o pai aprendeu a tocar vários instrumentos, habilidade que foi aperfeiçoando nos estudos teóricos, ao mesmo tempo em que trabalhava em uma alfaiataria. Aos 18 anos, compôs uma missa. Dois anos mais tarde já lecionava piano e canto. Em sua primeira apresentação pública, aos 23 anos, arrancou aplausos entusiasmados da platéia. Em seguida, passou a se apresentar regularmente em São Paulo, onde conseguiu sucesso com a modinha “Quem sabe?”, composta sobre versos do poeta e amigo Bittencourt Sampaio. Com 3 notas, maestro Zezinho, qual é a música? “Tão longe de mim, distante, onde irá, onde irá teu pensamento...”. Apresentado ao Imperador D. Pedro II, Carlos Gomes passou a receber proteção oficial e a conseguir um êxito após o outro, até ser enviado à Europa, mais exatamente a Milão, onde iniciou novos estudos e seguiu ganhando popularidade. Lá, nosso prodígio atinge seu auge: a execução grandiosa de sua ópera “Il Guarany” no Alla Scala, simplesmente o maior teatro lírico do mundo. Nesta época, atribui-se a Giuseppe Verdi a seguinte frase a propósito do brasileiro: “este jovem começa por onde eu termino”. A carreira mundial do já consagrado compositor e maestro Antonio Carlos Gomes segue a todo vapor, até que os ventos começam a soprar maus agouros. Mas isso vou relatar em um próximo post.


terça-feira, 22 de julho de 2008

Enquanto isso, em Curitiba

Ná Ozzetti, em foto sem crédito

Para ouvidos mais atentos é a melhor voz do país. Ná Ozzetti fez show em Curitiba, no último final de semana. Não fui mas adorei.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Enquanto isso, no Pinheiro Seco

Foto de Ariane de Oliveira

7 horas da manhã na chácara da Dona Maria. Enquanto os cães, gatos, cavalos, vacas, porcos, patos e galinhas ainda dormem, a cobra fuma.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Que foi, gafanhoto?

David Carradine, em foto sem crédito

Eis que fui hoje tomar meu café da manhã e deparei com o salão do hotel cheio de gente. Cheio de atletas, melhor dizendo. Uma grande delegação de kung fu está em Campinas para participar do Campeonato Pan Americano da modalidade. Lutadores de várias nacionalidades lotavam as mesas. Por sorte, encontrei um lugar para me acomodar, ou teria que sair no tapa com alguém ;-) Lembrei do grande David Carradine, ator americano que protagonizou o seriado "Kung Fu", nos anos 70. Ele interpretava o pacato Kwai Chang Kaine, monge shaolin que perambulava por pequenas cidades do velho oeste. No cardápio, as mais variadas manifestações de intolerância racial e social que ele resolvia na base da porrada. Não sem antes passar por infindáveis flash backs filosóficos, quando seu mestre insistia em chamá-lo de "gafanhoto". Nunca entendi o por que do orthoptero apelido. Recentemente, David Carradine pôde ser visto no papel de Bill, nos dois longas "Kill Bill", de Quentin Tarantino. Aqui, ele finalmente encontrou um oponente à sua altura, a bela Uma Thurman. Não deu outra: bye, bye, Bill. Convenhamos, um fim até que doce para quem já teve que enfrentar dezenas de valentões mal encarados e mal cheirosos.

domingo, 13 de julho de 2008

Xopingão

Praça de alimentação do Parque Dom Pedro. Foto sem crédito

O almoço deste domingo foi no Parque Dom Pedro, auto-nomeado "o maior shopping da América Latina". Há controvérsias. O troço fica numa das saídas de Campinas, foi pensado para atender toda a região, Campinas e cidades vizinhas, que são formadas por uma população média que tem poder aquisitivo de razoável para bom. É enorme, sim. Muito provavelmente, o maior do Brasil. Mas é feio que dói. Estava lotado. Lembrei da minha infância e adolescência, quando passava férias no interior de São Paulo. Nossos domingos eram quase todos eles aproveitados num sítio, tomando banho de rio, jogando bola com primos e amigos, subindo em árvore pra apanhar fruta fresca. Esse tempo passou, e já faz tempo. Hoje, a gurizada vai é pro shopping. Uma pena.

sábado, 12 de julho de 2008

Assim na terra como no céu*

Calçada de Campinas. Foto de Gabi

A Campinas de hoje é famosa por seu pólo tecnológico, pelas universidades, pela área médica e por ser um importante centro de compras, com seus grandes shopping centers. Mas no início do século 20, ficou conhecida no Brasil como a “Cidade das Andorinhas”, em virtude do espetáculo proporcionado pelas pequenas aves migratórias que, nos meses quentes do ano, cortavam o céu de Campinas em tão grande número que chegavam a fazer sombra. Em uma só tarde, um pesquisador da época chegou a estimar 30 mil andorinhas nos telhados.

Por Kátia Nunes, da Revista Metrópole. *Título sugerido por Liz Kasper.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

9 de Julho


Campinas amanheceu num estado de dormência. O Estado de São Paulo vive hoje um feriado, o 9 de Julho. A data relembra a chamada Revolução Constitucionalista de 1932. Até onde sei, foi um levante militar contra os desmandos do primeiro governo de Getúlio Vargas, que era centralizador e - nada novo - sobrecarregava os estados de impostos. Havia um sentimento de mudança, mudança da constituição vigente, a fim de dar mais autonomia às unidades federativas. São Paulo liderou esse movimento, e achou que teria a ajuda de outros estados, mas no fim ficou sozinho contra as forças armadas do país. A resistência paulista sucumbiu somente depois da morte de vários brasileiros de São Paulo.

Por conta do feriado, Campinas permanece ainda com suas portas e janelas fechadas, neste início de quarta-feira, exceto por algumas pouquíssimas casas comerciais. Vai ser complicado achar um lugar para almoçar, provavelmente terei que me socorrer de um shopping, coisa que particularmente não me agrada. Almoçar em um lugar fechado não me parece uma boa idéia em um dia lindo como este, de céu azul e ar fresco. Mas será o jeito, e ninguém vai morrer por isso. Nem por querer mudar a constituição, nem de fome.

domingo, 6 de julho de 2008

Um quase diário

Campinas, SP, vista aérea da região central. Foto sem crédito

Pois é, pessoas viajam. Algumas para longe, outras para logo ali, muitas sem nem dar um passo, para dentro de si mesmas. A partir deste final de semana, o primeiro de julho, e até uns meses adiante, estarei um pouco como escreveu Leminski: com a alma rasa, perto de tudo, mas longe de casa. Não tão longe, mas o suficiente para não poder voltar ao final do dia, como fazemos todos nós, ou quase todos nós. Será uma rica experiência pessoal, em razão da convivência próxima e diária com muitos e grandes talentos, e ao mesmo tempo intensa e desafiante, pelo tanto de coisa e pela importância da coisa que terei pela frente.
Entre posts relativamente regulares que venho deixando aqui, e que continuarei deixando na medida do impossível, tentarei também trazer algumas impressões e histórias sobre lugares e pessoas com as quais vou topar nesse período. Será uma espécie de “diário de viagem”, sem a pretensão de ser diário. Como vai ser isso e no que vai dar, só Deus sabe.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Leminski disse

viajar me deixa
a alma rasa,
perto de tudo,
longe de casa

Ele

Foto de Bira Oliveira

Roberto Prado. Poeta, escritor, compositor e publicitário, o Beco é um beco, mas com saída.

Linha morta, rima posta


apuro indícios após o crime
faca não, nenhum revólver
denuncio a mim, juro que vi-me
bem mal o enigma se resolve

volta ao local a alma mordoma
quem cometeu nada o detinha
digital zero, testemunha em coma
o fim da linha não foi a rima

(Roberto Prado)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

No mínimo, uma máxima

"De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo." Apparício Torelly, o Barão de Itararé

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Sorbet

Foto sem crédito

do sorvete
extraio o verbo

servida?
sorvida

Tucano na árvore


a gaiola do mundo
não tem lado
nem fundo

Ela

Foto de João Caldas

Eliana Bolanho, atriz paulistana, filha da Dona Helena e da Freguesia do Ó. Ó aqui pra você os olhos dela.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Pingado

Foto sem crédito
gato escaldado
tem medo
de cachorro-quente


(solda)

Post honestamente furtado do blog da Liz Kasper.

Aniversariante do dia

Liv Tyler, 31, em foto sem crédito.

Ah, meu irmão também faz aniversário hoje ;-)

Fonte: http://www.ricorockingblogspot.blogspot.com